quarta-feira, 14 de maio de 2014

As linguagens da Dança e sua acessibilidade.

Há dez anos surgia o Programa Cultura Viva. Até então não havia nenhuma forma de apoio, fomento, incentivo e fruição do fazer cultural (que sempre existiu), produzida fora dos grandes centros e por artistas e espaços à margem dos holofotes midiáticos. O Cultura Viva permitiu essa fruição. Fatores como IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), quantidade de habitantes por equipamentos culturais públicos, região do país e outros critérios semelhantes são levados em conta na hora dos gestores públicos selecionarem projetos. E isso é ótimo! Hoje é consenso a necessidade de proporcionar acessibilidade aos bens culturais. Todos nós sabemos da importância da cultura na formação das pessoas, principalmente entre jovens e crianças, e sua urgência em estar "onde o povo está". Com o projeto As Linguagens da Dança não será diferente. Sabemos que temos de expandir para bairros e locais onde historicamente isso nunca aconteceu, mas ele está começando agora. Estamos em fase de implantação na cidade. Sua estruturação conceitual foi uma das temáticas exposta na reunião com o segmento da dança que ocorreu no último dia 25 de abril, no Fórum Cidadania. Estiveram presentes quase todos os profissionais atuantes na área de dança em nossa cidade. Neste momento, é de fundamental importância a participação e adesão desses profissionais para o êxito da proposta. Contamos também com o apoio da Prefeitura de Atibaia, sem a qual seria impossível levar a cabo essa idéia.  Diferente de realizar somente oficinas de danças, que é importante e necessário, o que trabalhamos é na criação da Escola Municipal de Dança, onde a formação e capacitação, tanto dos aprendizes, como dos professores, ocorram de forma permanente e continuada. Um dos conceitos do termo "oficina" é a ação eminentemente prática, e muitas vezes associada à descontinuidade, pelo fato de ser, em geral, de curta duração. Daí cria-se expectativas que muitas vezes são frustradas pela interrupção dos processos, principalmente naqueles que tem talento e aptidão para a área. O que pretendemos é criar uma "escola" onde a formação, teórica e prática, obedeçam a critérios pedagógicos, pré-estabelecidos, visando formação a médios e longo prazo. Entendemos que nesse momento a valorização do potencial humano existente na cidade é o mais importante. Temos profissionais, de diferentes modalidades, capacitados e aptos para integrar e contribuir nesse processo. Basicamente o projeto foi dividido em três fases: O Corpo Municipal de Dança, a Escola Municipal de Dança e o Educando Através da Dança. O projeto é amplo e de implantação gradativa. Nesse momento estamos focados na criação do Corpo Municipal de Dança e na Escola Municipal de Dança. Inicialmente as atividades acontecerão no Instituto Garatuja, que foi a instituição proponente do projeto e que disponibiliza sua infra-estrutura como contrapartida. O objetivo seguinte é que o projeto ganhe espaço próprio ocupando os equipamentos culturais públicos já existentes ou que eventualmente sejam adquiridos. Nesta hora, critérios ligados a facilidade de acesso certamente serão levados em conta. Por hora o que podemos fazer é tratar a dificuldade de acesso que porventura possa ocorrer em determinados situações, caso ocorra, caso a caso. Essa é uma prática que já vínhamos adotando em outros projetos que realizamos. Nunca deixamos de atender moradores de bairros distantes por falta de transporte. Esse apoio ocorreu não somente na forma de fornecimento de passe escolar, mas principalmente através da troca de caronas entre moradores de bairros distantes. Essa prática se mostrou mais barata e rica, na medida em que estreita o relacionamento entre as crianças e seus pais, fortalecendo o grupo. Com a implantação e crescimento do projeto proposto o fornecimento de passes ou a condução gratuita aos necessitados serão certamente estudados com mais empenho. Não sabemos se isso acontece com outros projetos já subsidiados há bastante tempo na cidade. Nessa primeira fase do projeto, a verba destinada ao transporte está direcionada  às atividades que serão feitas junto aos grupos de congadas que, como dançantes, também terão participação no projeto e ações feitas nos bairros e escolas. As congadas são formadas por pessoas que moram em diferentes bairros e localidades da cidade, com muitas dificuldades relativas à mobilidade, e para eles já estão previstas as verbas necessárias para transporte facilitando o acesso ao Instituto Garatuja.

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