Agora no final do ano recebemos um inesperado convite da Secretaria de Cultura para apresentar algumas coreografias de dança na vila do Papai Noel, montada na Praça da Matriz durante as Festividades Natalinas de 2015. De inicio achei que não teria como reunir novamente os participantes da última apresentação dos espetáculos O Quebra Nozes e A Dança Moderna no Século XX, pois ja haviamos encerrado as atividades no Garatuja. Alguns integrantes ja estavam viajando de férias e outras trabalhando. Fizemos um grande esforço, mas conseguimos reunir um grupo expressivo de particiapantes e um número bom de coreografias, fazendo um “mix” das apresentações de final de ano. Neste momento a monitoria entrou em ação, dando grande ajuda, tanto na logistica como em ensaios feitos de urgência. Apresentamos dez coreografias: Quatro de moderno e seis d’O Quebra Nozes. Foi surpreendente que todas as crianças participaram, mostrando que estamos no caminho de um Corpo de Dança Mirim. Porque não? Quase todas as participantes do grupo Intermediário e do Corpo de Dança estiveram presentes. Totalizamos trinta pessoas entre bailarinos e equipe, se apresentando em dez coreografias, com uma apresentação de quarenta e cinco minutos.
Porque a estrutura de palco é importante para a dança?
Porque a materia prima da apresentação de dança é o piso, assim como para os musicos são as cadeiras, as estantes de partitura, os microfones. O som e a luz é um complemento essencial das linguagens cênicas. Comparando, pode-se apresentar música com qualquer sapato. A dança é com sapatilhas, na maioria das vezes de tecido, de cetim, com gesso, no caso das sapatilhas de pontas, estremamente frageis para pisos de cimento, não raras vezes molhados. Os figurinos também são frageis, de cetim, tules, organzas... Outra coisa: Para os musicos, o mesmo figurino serve para toda a presentação. Para a dança, a cada três ou quatro minutos, a cada musica, há um novo figurino. Necessita-se de local para as trocas de roupa. Necessita-se proteger o piso do palco, pois não se pode dançar com piso liso e molhado, e nem aspero demais, poque escorrega ou rasga a sapatilha. Motivo de termos incluido à tenda sobre o palco. O palco não pode ser alto demais, pois esconde os movimentos feitos pelo chão, e tambem não pode ter desniveis, buracos, emendas grosseiras, pois pode machucar seriamente os bailarinos, provocando torções nos pes com lesões até irreversíveis. E aqui vai um agradecimento especial aos técnicos que trabalharam em sua montagem, nivelando os prativaveis com toda paciencia e atenção. O palco para dança nem sempre pode ser o mesmo usado para musicos. Enfim, é uma infraestrutura não muito simples, mas necessaria para que a apresentação acontecesse. E foi um sucesso. A praça lotou com pessoas de todas as idades, encantadas ao som de Tchaikovsky. Para nós, do Garatuja, foi uma alegria imensa ver nosso trabalho apresentado em praça pública. Essa ação ja havia sido mencionada no projeto original entregue em 2014 para o Prefeito Saulo Pedroso e que surpreendentemente aconteceu agora. Foi a primeira vez que o Garatuja teve uma oportunidade como esta, em mais de trinta anos de trabalho na cidade. Obrigado Prefeito Saulo. Obrigado pelo convite Diretora Roberta Barsotti e Secretário de Cultura Cleber Centine.
Élsie da Costa – coordenadora do projeto Ae Linguagens da Dança.
