A partir de 2005 o
Garatuja - Oficinas de Arte ganhou uma nova
configuração transformando-se no
Instituto de Arte e Cultura Garatuja, entidade
civil sem fins lucrativos. Essa alternativa surgiu da necessidade de adaptar-se
a nova realidade das políticas culturais que vinham se implantando no país. O
Programa Cultura Viva lançava os primeiros editais públicos voltados ao fomento
na área cultural, até então inéditos. Uma das condições para participar do
processo de seleção de convênios com o poder público era a entidade ser
juridicamente estabelecida. Depois de formalizado foram
inúmeros os projetos desenvolvidos através do Instituto Garatuja com o Ministério
da Cultura e a Secretaria de Estado da Cultura, etc. As atividades passaram a
ser subsidiadas com recursos públicos e direcionadas gratuitamente aos
interessados, sempre através de criteriosos processos seletivos. Os editais de
seleção para convênios com recursos públicos têm como um dos critérios o acesso
para pessoas de menor renda. Pudemos então
focar esforços em nosso principal público alvo: jovens e crianças com aptidões
e interesse artístico, independente de sua condição financeira. Como contrapartidas,
disponibilizamos recursos, infra-estrutura, conhecimento e experiência para alunos
que até então não acessavam esse beneficio. Desde o inicio optamos por
disponibilizar essas vagas a estudantes de escolas públicas, e isso tem uma
razão de ser. Tratando-se de recurso público, portanto pago por todos os
contribuintes, nada mais justo que todos os cidadãos também tivessem acesso a
esses benefícios. Na prática essa opção não se mostra a mais indicada. Se todas
as vagas disponibilizadas fossem abertas sem qualquer critério seletivo, a
tendência seria de serem preenchidas por pessoas com mais condições de acesso
a informação, facilidade de mobilidade, etc. Vivemos num país de extremas
diferenças sociais, com dívidas históricas para com a população menos
favorecidas. O equilíbrio social passa por opções, escolhas e ações visando
minimizar e corrigir o abismo social em que nos encontramos. Mesmo
porque a intenção do projeto
As Linguagens da Dança, não é trabalhar com o
público das academias, "concorrendo" com espaços já estabelecidos.
Muito pelo contrário. A intenção é despertar, revelar e acolher talentos e interessados
na arte da dança que nunca tiveram acesso por falta de condições financeiras. O
trabalho feito pelas academias independentes, ou "particulares", como
queiram chamar, são fundamentais na vida cultural de uma cidade. São elas que
fornecem espaços e condições de crescimento artístico quando não se tem outra
opção. Na formulação de uma
política cultural séria todos os agentes culturais
envolvidos numa cidade deveriam ser levadas em conta, e isso inclui as academias. O que precisa são
tratamentos diferenciados, por parte do poder público, para cada demanda existente e isso serve para outras áreas do fazer artístico. No
caso específico do projeto
As Linguagens da Dança, estamos focados nesse
momento na
Escola Municipal de Dança, onde inicialmente as vagas são limitadas
e a escolha dos interessados será em cima de alguns critérios como: ser estudantes
de escolas públicas, disponibilidade de tempo para dedicação integral à todas
as atividades propostas, manter a freqüência além de ter aptidão e demonstrar interesse.
A quantificação do projeto virá com o crescimento do mesmo e com a etapa de
implantação do
Educando Através da Dança, a ser desenvolvido num futuro próximo.
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