sexta-feira, 29 de abril de 2016

Congadas Mirins são formadas em várias escolas municipais.

Nosso maior patrimônio cultural para as futuras gerações.



















O Instituto Garatuja por meio de convênio firmado com a Prefeitura de Atibaia está desenvolvendo, pelo terceiro ano, oficinas voltadas a estudantes de escolas municipais cuja temática são as Congadas de Atibaia. A atividade objetiva valorizar nosso maior patrimônio cultural cujo legado envolve a música, a representação e a dança. Atibaia tem 350 anos e as congadas 250. São mais de dois séculos de tradição e resistência que aos poucos deixam de fazer parte do cotidiano da cidade. A iniciativa procura introduzir essa rica manifestação cultural no ambiente escolar, consolidando sua permanência nas gerações futuras. Essa ação faz parte do eixo Educando Através da Dança, que integra o projeto As Linguagens da Dança.

Implantação
Desde seu inicio foram formados seis grupos estudantis nas escolas municipais. O público alvo são crianças a partir de 8 anos. Nesses três anos o projeto atingiu diretamente 450 crianças, porém o trabalho acaba chegando às escolas como um todo, tendo uma abrangência final de cerca de 3000 estudantes. Durante três meses em cada semestre são ensinados de forma didática o passo a passo para se formar uma congada. As Congadas Mirins estão acontecendo nas escolas da rede municipal nos bairro Portão, Cerejeiras, Tanque, Estoril, Boa Vista e Usina.  Em cada localidade homenageia-se uma das congadas de Atibaia, tanto as que permanecem vivas até hoje como os grupos que existiram no passado. O projeto procurou escolas que estivessem próximas às comunidades existentes como a Rosa e a Vermelha que se localizam nos bairros Cerejeiras e Portão respectivamente, e a Azul da Boa Vista do Morro Grande. Neste ano, começamos numa nova escola, a Paulo Freire do Bairro da Usina. A implantação desta atividade segue um cronograma que envolve reuniões com as diretoras e coordenadoras das escolas, divulgação e inscrições, reunião com pais, atividades e aulas, ensaios, apresentações em festas como: Desfile de aniversário de Atibaia; Festa das Flores; Encontros de educadores; Feiras Culturais e Festas da Família nas quais acontece uma interação das crianças com os grupos de congadas tradicionais. O sucesso desta ação se deve ao Prefeito Saulo Pedroso que foi “sensível” à ideia, somado ao apoio das Secretarias de Cultura e Eventos assim como da Secretaria de Educação. Destaque para as equipes das escolas que abraçaram a ideia, desde a diretora, passando pelas coordenadoras, secretarias, professores, funcionários e demais envolvidos propiciando que toda comunidade escolar tome contato com este tema tão recorrente em nossa cidade.

Formação
As aulas desenvolvem elementos importantes para a formação das crianças como aspectos históricos, reconhecimento de movimentos básicos e coordenados para execução de instrumentos, ritmo, fonação para cantar, pronuncia de palavras e suas respectivas sílabas, atenção auditiva, percepção sonora, consciência corporal por meio da dança, leitura e escrita por meio do rico material de cantigas tradicionais, formação de valores, cooperação em grupo, inclusão, protagonismo, entre outros aspectos formativos. As aulas são coordenadas e conduzidas pela premiada pesquisadora em dança e culturas populares Élsie Monteiro da Costa, que também está se preocupando em passar para outros profissionais suas experiências levando monitores para acompanhar o trabalho. Em 2015, contou com a monitoria da Chris Alcântara, professora de danças brasileiras que acompanhou o trabalho em três das escolas implantadas. Neste ano este treinamento de monitoria esta sendo feito com o musico/percussionista Vitor Zago. O projeto Educando Através da Dança por meio da prática da dança das manifestações locais, em especial as Congadas, está totalmente dentro das propostas da Educação Patrimonial, publicada recentemente pelo IPHAN (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) discorrendo sobre a importância do tema Educação Patrimonial e faz referência à todos os esforços no sentido de se preservar o Patrimônio Cultural.

“Atualmente, a CEDUC defende que, a Educação Patrimonial constitui-se de todos os processos educativos formais e não formais que têm como foco o Patrimônio Cultural, apropriado socialmente como recurso para a compreensão sócio-histórica das referências culturais em todas as suas manifestações, a fim de colaborar para seu reconhecimento, sua valorização e preservação. Considera ainda que os processos educativos devam primar pela construção coletiva e democrática do conhecimento, por meio do diálogo permanente entre os agentes culturais e sociais e pela participação efetiva das comunidades detentoras e produtoras das referências culturais, onde convivem diversas noções de Patrimônio Cultural. (...) É preciso considerar o Patrimônio Cultural como tema transversal, interdisciplinar e/ou transdisciplinar, ato essencial ao processo educativo para potencializar o uso dos espaços públicos e comunitários como espaços formativos. Embora tenha ficado patente que o processo educacional é mais amplo que a escolarização – inserindo-se em contextos culturais nos quais a instituição escolar não é o único agente educativo –, não se pode prescindir do envolvimento de estabelecimentos de ensino e pesquisa, a partir de programas de colaboração técnica.”

Depoimentos
“A cada dia que estou com as crianças nas escolas, fazendo este trabalho, me sinto renovada e cada vez mais acreditando nesta singela missão, de poder transformar os pequenos cidadãos que se encontram em formação.O interesse, o entusiasmo, a alegria, a inteligência contidos na cultura infantil, juvenil, só tem a mostrar caminhos. Cada vez mais quero crer na criança e no jovem como “solução” e não como “problema”.
Não adianta só falar, o negocio é fazer. Ao me deparar com crianças que estão à margem, com o olhar anuviado, recolhidas num canto em fundo de uma sala de aula, e ver recuperar o brilho da pupila ao portar de uma zabumba, recuperar o movimento do braço e poder mover um chocalho, equilibrar o comportamento ao balançar do corpo, passar a escrever após brincar com as cantigas, proporcionar alegria ao portar de um pequeno estandarte “Congada Mirin Rosa / EMEIF Takao Ono”, posso afirmar que os anos mergulhados em pesquisas se transformam em prática social retomando nas crianças autoconfiança, auto-estima, segurança, equilíbrio, atenção às emoções e aos sentimentos. O principal Instrumento melódico é a voz. A sonoridade se faz na cantoria. Para isso as crianças precisam estar próximas, unidas. O som de um colabora com o som do outro. Eles “Se” re-conhecem, na ancestralidade, na sua cultura.”
Élsie da Costa.

“A congada em nossa escola nos proporcionou um aprendizado muito grande com a cultura e também com os nossos alunos. Ela é uma tradição que não pode acabar é um projeto que ajuda muito no desenvolvimento de nossos alunos, pois exige responsabilidade, concentração, reflexão em sala de aula. Em nossa escola este projeto tem muito valor principalmente por termos uma professora de congada muito qualificada e com responsabilidade por cada aluno que está inserido neste projeto. Percebi em minha sala de aula que o aluno Ryan, que tinha muitas dificuldades na leitura, escrita e também na comunicação com seus colegas, melhorou muito ao freqüentar o projeto, assim como outros alunos. Espero que em 2016 esse projeto continue pois precisamos dar valor as coisas ricas e boas que ajudam os nossos alunos a se desenvolver.”
Eva Rosana – Professora , E.M.E.F Prefeito Gilberto Sant´Anna





quarta-feira, 20 de abril de 2016

Audição para o Corpo Municipal de Dança de Atibaia


















Inscrições prorrogadas até 06 de maio

Estão abertas as inscrições para seleção de seis bailarinos (as), ou dançarinos (as) para integrarem vagas excedentes no Corpo de Dança de Atibaia em 2016. As Inscrições acontecem no IAC Garatuja até dia 06 de maio. As vagas disponibilizadas são para novos integrantes que irão substituir participantes desistentes. Os pré-requisitos são: Ter conhecimento prévio e domínio em dança clássica e outras técnicas de moderno e contemporâneo; estar disposto a participar de qualquer coreografia, das diversas linguagens, métodos sistemas e técnicas incluindo-se as danças de tradição brasileiras; disponibilidade integral de dedicação aos treinos e ensaios, incluindo-se os escalados para final de semana e até feriados se houver necessidade. Podem participar jovens e adultos a partir de 16 anos, estudantes preferencialmente de escolas públicas. O Corpo de Dança já conta com 10 (dez) componentes, após os treinos de 2015. O grupo dispõe de seis vagas, para completar um grupo de 16 componentes. O grupo será formado a partir de um núcleo de estudos, com carga horária de 3 horas diárias de treinos de várias modalidades. As três horas de aula por dia incluem dança clássica (Alongamento e Abertura, Ponta, Pas-de-Deux, repertório), dança moderna, domínio do movimento, técnicas associadas para dança, danças populares e tradicionais, tanto nacionais como internacionais, consciência musical, percussão brasileira. A audição de seleção acontecerá em 15 de maio, domingo das 9h às 12h. O interessado deve vir para a seleção com roupa apropriada para cada aula. O teste será composto de entrevista, uma aula de dança clássica e outras formas expressivas.

Inscrições
Para se inscrever na Escola Municipal e no Corpo de Dança o interessado (a) deve apresentar copia de RG e CPF do responsável (se for menor de idade), comprovante de residência, declaração da escola onde estuda, currículo de dança (para inscrições do Corpo de Dança), preencher a ficha de inscrição e o termo de responsabilidade. As inscrições acontecem no Instituto de Arte e Cultura Garatuja, situado à Rua Esmeraldo Tarquínio, 346 D – Jardim Tapajós – Atibaia. Mais informações pelo telefone (11) 4412-9964.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Workshop A Dança Moderna, Sistema Laban e os Fatores de Movimento.

Para bailarinos, educadores, professoras de dança e demais interessados.





















O Instituto Garatuja, através do projeto As Linguagens da Dança, oferece aos bailarinos, professores de dança, educadores e demais interessados o workshop A Dança Moderna, Sistema Laban e os Fatores de Movimento. O curso se desenvolverá de forma teórico/prática tratando dos elementos fundamentais que compõem a dança (tempo, espaço, peso/força e fluência) e o corpo em movimento, por meio de movimentos livres, que possam ser praticados por qualquer pessoa.

Rudolf Laban

O criador deste sistema foi Rudolf Laban. Suas teorias sobre o movimento e a coreografia estão entre os fundamentos principais da Dança Moderna e fazem parte de todas as abordagens contemporâneas da dança. As concepções expressas por ele sobre o movimento humano causaram grande impacto e passaram a influenciar os trabalhos desenvolvidos em áreas tão diversas como Educação, Psicologia, Fonoaudiologia, Teatro, Dança, Música, Artes e Educação Física. Rudolf Laban nasceu na Áustria, em 1879, faleceu em 1958. Desistiu do exército para estudar belas artes. Foi dançarino, coreógrafo, teatrólogo, musicólogo, considerado como o maior teórico da dança do século XX e "pai da dança-teatro". Laban inicialmente estudou Arquitetura na "Escola de Belas Artes de Paris", interessando-se pela relação entre o movimento humano e o espaço que o circunda. Aos 30 anos mudou-se para Munique e sob a influência do dançarino/coreógrafo Heidi Dzinkowska passou a se dedicar à arte do movimento. Em 1915 criou o Instituto Coreográfico de Zurique, que teve ramificações na Itália, na França, e na Europa central. Em 1928 publica "Kinetographie Laban", uma de suas grandes contribuições para o mundo da dança e da compreensão do movimento. Neste livro articula os princípios da "Labanotation" um dos principais sistemas de notação de movimento utilizados atualmente.

Laban no Brasil

No Brasil Laban é mais conhecido como teórico do movimento e educador. Mais recentemente, seu trabalho vem recebendo um olhar mais aprofundado sob a perspectiva da arte, da criação estética, da linguagem da dança e da comunicação nao-verbal. A bailarina, coreógrafa e educadora Maria Duschenes foi uma das introdutoras deste método no Brasil, tendo formado gerações de alunos que utilizam a referência de Laban em seus trabalhos de criação e em suas atividades de arte-educação. Em seu trabalho destacam-se as propostas de ensino público de dança e a realização de diversas danças corais, inclusive uma apresentada no Parque do Ibirapuera na Bienal de São Paulo. A coreógrafa Regina Miranda, primeira Brasileira formada pelo Laban/Bartenieff Institute de NYC (1975) introduziu o Sistema Laban/Bartenieff no Brasil e, desde então, tem se dedicado à difusão de suas teorias através de palestras e workshops e inumeras criações artisticas. Toda uma geração estelar de coreógrafos cariocas, como Paula Nestorov, Paulo Caldas, João Saldanha, Esther Weissman, Lia Rodrigues, Marcia Rubin e Carlinhos de Jesus, estudou e/ou trabalhou com Miranda, que hoje divide residência entre o Rio de Janeiro, onde dirige o Centro Coreográfico, e Nova Iorque, onde é a Diretora Geral do Laban/Bartenieff Institute.

Worksphop em Atibaia

O worksphop de Atibaia será ministrado por Élsie da Costa, pesquisadora em dança e culturas populares. Élsie foi bailarina e criadora da Ludodança, método de trabalhar a dança com crianças por meio da lúdica e da cultura infantil. Atualmente coordena o projeto As Linguagens da Dança, parceria entre o Instituto Garatuja e a Prefeitura da Estancia de Atibaia.

Workshop: A Dança Moderna, o Sistema Laban e os Fatores de Movimento
Público alvo: Bailarinos, educadores, professoras de dança e demais interessados.
Dia e horário: Dia 01 de maio de 2016, domingo de feriado, das 9h às 12h e das 14h às 17h.
Inscrições: Sede do Instituto Garatuja – R. Esmeraldo Tarquínio 346 D, Jardim Tapajós – Atibaia SP
Horário de atendimento: 14 h as 19 h. Fone (11) 4412-9964 , falar com Cida.
Vagas: Gratuitas e limitadas.
Realização: projeto As Linguagens da Dança – parceria entre o Instituto Garatuja e a Secretaria de Cultura e Eventos de Atibaia.

Saiba mais:




sábado, 2 de abril de 2016

Depoimentos: Marcella Prado


















O projeto As Linguagens da Dança é um sonho compartilhado. Já havia sido aluna do Garatuja, quando Ponto de Cultura. Eu era nova, não compreendia os processos, porém, sempre me senti acolhida e inclusa, dentro de todas as minhas dificuldades e limitações. Retornei no ano de 2014, quando foram abertas as inscrições para o projeto. Queria apenas fazer alguma atividade física, sinceramente, não esperava muito de mim. Fazíamos aulas todos os dias, eu inclusive, fazendo sempre os dois períodos de aulas. Que somam 4 horas aula diárias. Isso sem contar os ensaios nos finais de semana. Há quem diga que é loucura aprender tantas coisas ao mesmo tempo, que é muito esforço. Mas foi a partir daí que começaram a surgir as mudanças, primeiramente corporais, postura, perda de peso, fortalecimento muscular e, simultaneamente, as psicológicas, a ponto de passar de uma média de 15 comprimidos de enxaqueca por semana, para apenas 4. Mas não foi só isso, aprendemos a nos superar todos os dias, e se não fossem as aulas diárias e a diversidade de técnicas, acredito que não teríamos obtido nem ao menos 15% do resultado que tivemos. Este projeto nos possibilitou criar nossa individualidade na dança, embora sejamos um grupo. Cada um teve oportunidade de se destacar em alguma coisa. Não por conveniência, mas por mérito. É engraçado lembrar que no passado, nossos planos incluíam faculdades aleatórias, mas ao fim deste ano, poucos foram os que não saíram dizendo "vou prestar dança". O que leva alguém a se dispor a mudar o rumo da sua vida e sair da sua zona de conforto senão uma enorme paixão despertada?! O Garatuja não tem um projeto apenas de dança. Tem um projeto de transformação social e inclusão. Só tenho a agradecer por cada momento que passei neste lugar mágico, com pessoas maravilhosas que continuam a me fazer acreditar, todos os dias, que meus sonhos são possíveis.